Bemvindos à Imaturidade
- Yolanda Minguez de Juan
- 18 de nov. de 2013
- 2 min de leitura
Lendo um artigo da revista “Mente e cérebro”da qual sou fã de carteirinha, me deparei com um artigo, que cativou minha atenção, com um tema remanescente da sociedade atual e que aparece constantemente no meu consultório. Intitulado “A triste sociedade das crianças infladas” de Sergio Sinay (Revista Mente e cérebro, n.244).

Nele é retratado o adulto atual, que é caracterizado como criança habitando em corpo de adulto, revelado por atitudes pouco aceitas por quem se diz maduro…citando um trecho do artigo; “Teimam em conservar atitudes infantis ou adolescentes, expressam pensamentos surpreendentemente superficiais e simplórios, vinculam-se no plano conjugal e da amizade, na paternidade e na maternidade, no esporte e no âmbito social -de forma imatura e interesseira, carente de responsabilidade e compromisso”.

Parece-me que nas entrelinhas aparece um tom de desdém, como algo inconformado com o que vê e se passa nos novos adultos, há um incômodo, uma revolta com a nova situação. É sabido que o homem estendeu em anos a esperança de vida, isso se deve ao aumento na “qualidade de vida” acesso a saúde e alimentos, tecnologia, etc… E quase que de forma natural o homem tem se adaptado a nova realidade, podendo apreciar durante mais tempo seus anos joviais, mas não necessariamente tornando-o assim como incompleto ou não digno de se considerar ADULTO.
O adulto de outrora, foi um ser sofredor, que sacrificava-se pela própria sobrevivência e da sua prole, para isso passou por guerras, fome, enfim, o adulto de ontem, para ser visto como tal, tinha que ter gravado na testa um acumulo de responsabilidades que torva-as suas querendo ele ou não. Era como se caracterizava sua marca de identidade.
Hoje, essa Identidade tem se modificado naturalmente, já que na atualidade, para o adulto são outras as exigências que lhe são outorgadas, como; serem pessoas instruídas, de sucesso no âmbito do trabalho, nos esportes, antenadas na moda, com boa aparência e que saibam manejar as novas tecnologias (tudo isso de forma geral). Como podemos apreciar as exigências divergem em vários graus dos de antigamente, que se aproximavam mais de preocupações do limiar da sobrevivência.
Na atualidade a preocupação emergente é o da imagem social. Isto nos leva a entender melhor quem é esse adulto de hoje e dos motivos que o empurram a ocupar o lugar do “sempre jovem”.

Yolanda M. Juan
Psicóloga Clínica
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