top of page

Como Conversar Sobre Notícias Ruins Com Crianças

Em ocasiões, a vida leva a certas circunstâncias negativas que precisam serem contadas aos filhos pequenos e essa situação torna-se uma tarefa muito complicada para a maioria dos pais, preocupados com o impacto que possa causar em seus pequenos.

Muitos temem machucá-los, então optam por esconder o fato a fim de proteger da tristeza ou da frustração, más esta não seria a forma mais adequada de proceder, apesar da maioria dos pais acharem que poupar o filhos significa mantê-los alienados dos problemas, embora a intenção seja boa, e queiram o maior cuidado para seus filhos.

Outros simplesmente são incapazes de lidar com o resultado que possam encontrar quando a notícia é comunicada e a criança cai num choro desconsolado. Os pais tendem a subestimar seus filhos, vendo-os incapazes de aprender a lidar com frustrações, tão importantes quanto as boas notícias para promover um desenvolvimento saudável.

As crianças tem um pensamento muito egocêntrico e tendem a pensar que tudo gira em volta das suas ações, por isso,  facilmente fantasiam e associam os fatos quando ficam lacunas não explicadas, por exemplo “papai vai embora porque me comportei mal com ele no outro dia”.

Apesar do que se pensa sobre as crianças, elas são muito sensíveis e perceptivas e de fato, quando algo é escondido, acabam por perceber de que alguma coisa está diferente e assim suspeitam de que aquele jeito estranho dos pais se comportarem se deve alguma coisa que fez de errado.

É claro que devem ter consciência de como vai ser dada a má noticia, lembrando que quanto menor a criança menor a quantidade de detalhes que tem que ser falados, igualmente se faz necessária a utilização de uma linguagem que a criança consiga entender, de preferência se utilizar de exemplos concretos, para limitar as fantasias criadas por elas, por exemplo: Se Pai e Mãe tem a intenção de se separar, os pais devem informar os filhos numa reunião, juntos de preferência, explicar e deixar claro que a separação é devido a uma questão entre homem e mulher e nada tem a ver com ela e o que possa ter feito ou dito. Informa-la de como será desse momento em diante, que nada irá mudar da sua relação com ambos os pais que o fato do pai sair de casa e ir embora, não significa que o fará para sempre e ela nunca mais o verá, mas que, por exemplo, passará a vê-lo nos finais de semana na casa dele onde poderá ter seu próprio quarto etc..etc…Obviamente o adulto não deve de se utilizar da criança para acusar ao outro pai ou mandar recados que possam ferir e colocar a criança no lugar cúmplice, a lei de proteção da criança e do adolescente, denomina esta questão de Alienação Parental. Ou seja, ao dar exemplo concretos, a criança torna-se capaz de visualizar as cenas e assim entendê-las melhor.


Conversa pai e filho

Antes de dar a notícia da morte do seu bichinho de estimação, por exemplo, é saudável ir preparando-a para receber a notícia, “veja bem, Cacau ficou muito doente e mamãe levou-a no médico para ver que estava acontecendo, o médico disse que não estava bem, que tal vez não volte hoje para casa, mas eu vi que a Cacau estava feliz, porque você cuidou muito bem dela e me disse para você não se preocupar…” A criança após ter esta notícia vai estar mais apta para ouvir mais adiante que seu bichinho não irá mais voltar em casa…”. é importante sempre lembrar que ela não é a responsável e explicar no concreto ou através de metáforas para que ela possa imaginar a situação. “Cacau, era muito velhinha, e quando os bichinhos de estimação ficam velhinhos os outros bichinhos que estão no céu chamam ela para ir junto e deixar que outros cachorrinhos nasçam, ai eles viram anjos da guarda de seus donos..ou Bichinhos de estimação são como flores, elas ficam bonitas e saudáveis durante um tempo e depois elas começam a murchar e morrem para que outras igual de bonitas nasçam e sejam admiradas…”.

Também há outras formas, por exemplo, se utilizando  dos contos de fadas…É sempre conveniente optar pela forma que mais faça sentido para ela, que irá depender da capacidade e maturidade da mesma.

Artigo escrito por:

Yolanda Minguez Juan

Psicóloga Clínica

Comments


bottom of page